Um momento livre. E lindo.
Ontem, dia 23 de setembro de 2009, na Escola
Livre de Teatro de Santo André.
Foi mais um dia de movimentação e força, para preservar a instituição que vem sendo atacada pela atual administração da prefeitura de Santo André.
Para quem não sabe, o coordenador pedagógico da escola (eleito pela própria comunidade ELT), Edgar Castro, foi demitido sem justa causa. Sem causa alguma.
Toda a descrição do ocorrido pode ser encontrada detalhadamente no BLOG do movimento.
http://movimentolivre-sa.blogspot.com/
A programação de ontem a noite foi encantadora. Primeiro, duas coreografias de dança indiana, em homenagem a luta na ELT, feitas pelo Tiago. Depois, ele ainda fez a tradução livre de uma oração para SHIVA, onde pedia FORÇA, INTELIGÊNCIA e HABILIDADE, para enfrentar a batalha.
Foi lindo.
Em seguida, foi a vez do incandescente cantor Rubi. E ele nos recebeu, com violão desligado e sem microfone, desfilando o corpo e a doce voz no palco do teatro Conchita de Moraes. Antes de começar o show, uma moça que estava ao meu lado gritou:
- Rubi, eu te amo! Eu sempre quis te dizer isso cara, e agora eu tive a oportunidade. Te amo.
Ele agradeceu e cantou. Cantou e levou ainda o apoio e a música de diversos artistas, como Itamar Assumpção, Paulo Leminski, Chico César, Gero Camilo, Tatá Fernandes, entre outros.
Assim, descontraído, assim, e intenso.
Foi um momento único. Quem esteve, viveu.
E logo após começou a mesa de bate-papo, com Luis Alberto de Abreu e Chiquinho Medeiros, ambos “ex-mestres” (se é que existe isso...) da escola, atualmente afastados. De última hora, o professor Antônio Rogério Toscano foi convidado para subir ao palco. Depois de “obrigado” pela plateia, ele subiu.
Primeiro falou Abreu, durante 15 ou 20 minutos. Depois Chiquinho.
Foi um banho de lucidez. De luz.
Iluminação de caminhos.
O processo pedagógico LIVRE da escola livre
foi exposto e, depois de exposto, nem carece de ser defendido.
Um trabalho horizontal em tempos verticais.
Um trabalho onde todos se encontram no mesmo plano.
Horizontal, sim, pois não há degraus que separem aprendizes e mestres.
E toda a responsabilidade que o nome da escola carrega, por ser escola LIVRE de teatro.
E tudo isso depois foi aberto para discussão, e desabafo de alguns que já estão devidamente cansados do não diálogo com as instâncias políticas.
O amoroso (doloroso) combate de resistência.
Não caberiam aqui todos os pontos lindamente discutidos e abordados ontem, mas fica o registro de um acontecimento ímpar.
Talvez o que, no futuro, venha a ser conhecido como o melhor momento da ELT.
Pois no presente já o é.
A Cia. Teatro de Segunda-Feira apóia incondicionalmente a comunidade da Escola Livre de Teatro, pois acredita, artística e pedagogicamente, na Liberdade reclamada por seus integrantes.
Liberdade, essa, que treme a terra sob os pés dos que não são livres.
Alunos da EAD/USP também estiveram presentes
Só uma correção em relação ao texto... Quem convidou o professor Antônio Rogério Toscano pra fazer parte da mesa não foi a professora Maria Thaís, ela sequer estava presente na Escola Livre na noite do debate.
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